quarta-feira, 14 de maio de 2008

Tiro no pé: ainda a ortodoxia



Embora na última mensagem o Capitão Nascimento estivesse apontando sua arma para baixo, o título desse post não se refere a ele, não. Refiro-me a um tópico mais abaixo, no qual indico um curso sobre a Ortodoxia, de Chesterton. Minha motivação? Uma conversa que tive ontem com alguns colegas de faculdade.
Sou cristão. Mais ainda: sou cristão protestante. Sou Metodista. Quem conhece um pouquinho da história do cristianismo sabe bem que os metodistas descendem da Igreja Anglicana e são fruto de um, chamemos assim, despertamento espiritual de John Wesley, no séc. XVIII. Tenho de afirmar isso porque, embora tenha um certo orgulho de dizer que sou o que sou, ontem fiquei profundamente envergonhado diante das histórias todas que me foram contadas acerca do que anda acontecendo em muitas igrejas ditas cristãs por aí.
Juro, juro mesmo, não sabia que aquelas coisas todas pudessem acontecer. A mim eram inimagináveis. Gente que se arroga o poder divino e, com um misto de má fé e ignorância, manipulam multidões. Querem exemplos?
Há o caso do pastor que, por não entender determinada passagem bíblica, entendia que Deus o estava mandando adulterar. Esse caso ficou famoso, foi parar na televisão e tudo. Outro é o do pastor que só conseguia pregar depois de cheirar cocaína. Vai ver ele carecia de outro tipo de inspiração... Piores ainda são as outras, que se dão no campo das "representações simbólicas". Dizer que há pessoas que se sentem enobrecidas por pertencer a uma igreja cujo pastor traja as melhores vestes ou tem um carro importado, ou cujo templo é suntuoso, me pareceu uma discrepância tão absurda, mas tão absurda, que sequer sou capaz de verbalizar o asco que senti!
Sem falar no que se refere aos absurdos teológicos: tititi, tátátá, eis que te digo e blablablá!

Que dizer? Acho que os padres da Igreja tinham mesmo razão ao afirmar que cabia ao magistério a intrepretação das sagradas escrituras. Pelo menos não teríamos o samba do criolo doido que temos visto por aí.

Se não a Ortodoxia do Chesterton, fiquemos ao menos com o Mero Cristianismo* de C. S. Lewis.


*Mero Cristianismo é o título da edição da editora Quadrante, com tradução de Henrique Elfes. A Martins Fontes publicou o mesmo livro com o título Cristianismo Puro e Simples. O tradutor eu ignoro...

Nenhum comentário: